A MARCAÇAO NO FUTSAL

O futsal é um esporte coletivo conhecido mundialmente e que vem evoluindo a cada dia. Alguns fatores são responsáveis por esta evolução e dentre eles destacamos como fator principal á mudança das regras do jogo. Exigindo de seus praticantes uma grande versatilidade no que diz respeito a atuação no jogo. Trata–se de um esporte de ataque e contra ataque, onde, a exigência física é essencial, além é claro da qualidade técnica individual e coletiva da equipe.
Abordaremos aqui sobre a Importância da marcação no desporto Futsal. Daremos ênfase principalmente aos sistemas e tipos de marcação utilizados, bem como, as manobras defensivas empregadas no Futsal. Muito se fala em relação á marcação nos esportes coletivos, é uma técnica individual e coletiva de grande dificuldade de treinamento, uma vez que a marcação depende não apenas das qualidades individuais de seus atletas, mas também do sincronismo entre os setores de atuação.   
2 - REVISÃO DE LITERATURA
2.1. O Futsal
O Futsal é hoje um esporte universal e tornou-se um dos mais rápidos pela própria dinâmica do jogo e pelo aperfeiçoamento na parte física. É, atualmente, uma das atividades físicas mais atrativas, pois exige, em conjunto, uma condição de força muscular, inteligência, elegância técnica e cooperação coletiva.
2.2 - Conceito de Marcação
A marcação pode ser coletiva ou individual. Devendo ser estimulada e treinada, consistindo no principal ato de defesa. Suas movimentações devem ser sincronizadas para que ela impeça a equipe adversária de receber a bola. Por isso, o jogador precisa ser treinado nos estágios de aproximação, abordagem, antecipação e cobertura.
Para marcar bem é necessário que uma equipe tenha desenvolvido uma boa técnica individual e coletiva de marcação, o que é conseguido somente com muito treinamento e um bom desempenho dos estágios acima citados e que serão melhores esclarecidos á seguir. 
Voser (2002) salienta que, apesar de muitos autores não citarem em suas obras a marcação como um fundamento individual, e sim coletivo, acreditamos que, como os demais elementos da técnica individual, deva ser estimulada e também treinada. A marcação é a ação de impedir que o adversário receba a bola, ou que progrida com ela pela quadra de jogo. No futsal competitivo, traduz-se no principal elemento de defesa, tendo em vista as constantes movimentações.
Aproximação: onde o jogador procura aproximar-se de seu oponente, buscando equilíbrio adequado para exercer a abordagem.
Abordagem: quando o jogador estiver com um bom equilíbrio e abordar o oponente, buscando obter a posse de bola ou desequilíbrio na ação do passe do adversário. Na ação de marcar individualmente, é importante que não se marque a bola após a ação de passe do oponente e sim o seu deslocamento.
Antecipação: É a ação exercida para chegarmos na bola antes do adversário.
Cobertura: a cobertura poderá ser exercida tanto numa jogada ofensiva para cobrir o jogador que irá tentar o drible, como defensiva, a fim de auxiliar o colega da equipe durante a tentativa de drible do jogador adversário, formando uma segunda linha de marcação.
A marcação deverá ser efetuada á partir do momento em que o adversário tem a posse de bola. Porém, a marcação pode ocorrer de várias maneiras e em diversos locais diferentes do espaço de jogo. A variação dos sistemas de marcação utilizada pode render bons frutos se bem treinados. Pois, cada ação ofensiva corresponde a necessidade de uma ação defensiva, o que torna essencial a variação dos sistemas de defesa. Abaixo temos algumas definições de alguns conceitos de marcação seja ela individual ou coletiva.
Na opinião de Fernandes (1981), a marcação homem a homem deve ser reservada para as situações em que o goleiro do time adversário vai dar a saída. Na reposição de bola pelo goleiro, normalmente há uma troca de passes entre este e dois outros atletas. Estes dois atletas devem ser alvo de rigorosa marcação, para forçar o recuo de mais um atleta, na medida em que diminuirá o poder de ataque do adversário.
De acordo com Ferreira (1994), a marcação é a "Ação de impedir que o oponente direto tome posse da bola e quando de posse da mesma, venha a progredir pelo mesmo espaço de jogo".
Para Voser (2003) "Marcação significa não deixar o oponente jogar, isto é, combatê-lo de forma legal, impedindo o mesmo de levar vantagem nas disputas de bola e conseqüentemente defender o seu gol contra as investidas da equipe contrária".
Já, Melo (2002), com relação à marcação e desmarcação, preleciona que: no futebol praticado atualmente, todos têm que ter noções de como atacar e de como defender. O jogador, quando está de posse da bola, tem que saber desempenhar as funções ofensivas, guardando as devidas características de sua posição e função na equipe, e, a partir do momento em que a sua equipe perde a posse de bola, todos deverão desempenhar as funções defensivas, também guardando as funções inerentes à sua posição.
Fazer uma marcação significa restringir o tempo e o espaço que o adversário tem durante a partida, para criar situações ofensivas.Um jogador que sabe desmarcar-se sempre leva vantagem sobre a defensiva adversária. Para se desmarcar é necessário ao jogador movimentar-se com velocidade, fazer uma troca constante deposições, tocar a bola com os companheiros, evitando prender a bola em demasia e deslocar-se constantemente.
Os jogos para marcação e desmarcação procuram reproduzir situações que ocorrem durante uma partida, que, de forma prática, faz com que os jogadores vivenciem situações reais de marcação e desmarcação.
Deve-se ter em mente que a marcação se relaciona diretamente à variação de espaço, o qual é tratado na obra de Meneses (1998), que: como espaço, entende-se uma extensão indefinida que contém e envolve todos os objetos. Pode ser conceituado, também, como intervalo de um ponto a outro; a extensão dos ares; intervalos de tempo; e, á distância percorrida por um ponto em movimento.
Utilizaremos o último tipo, considerando os pontos como sendo jogadores, para aplicação dessa grandeza no FUTSAL.
Direcionando para o FUTSAL, utilizaremos o conceito de variação de espaço e não, suas unidades. Podemos dizer que o espaço está sendo constantemente, criado ou reduzido e até mesmo eliminado por situações de ataque, contra-ataque ou negligência do marcador (defesa).
No entanto, conforme Mcardle, et all; (1998): muitos fatores contribuem para a variação individual na resposta ao treinamento. Por exemplo, é importante o nível de aptidão relativa da pessoa no início do treinamento. É irreal esperar, pessoas diferentes que iniciam juntas, um programa de exercícios estejam no mesmo 'estado' de treinamento ao mesmo tempo.
Conseqüentemente é contra-produtivo insistir que todos os atletas de uma mesma equipe (ou até mesmo em um mesmo evento) treinem da mesma forma ou com o mesmo ritmo relativo ou absoluto de trabalho. É igualmente irreal esperar que todos os indivíduos respondam a um determinado estímulo de treinamento exatamente da mesma forma.
Segundo Mellerowiczh (1979), o aumento do rendimento não constitui a única função do treinamento. Na sociedade técnica super civilizada, ele tem importância fundamental na prevenção, na conservação e na melhora da saúde e da capacidade funcional de desempenho, na prevenção das doenças comumente chamadas de doenças da civilização. Essas enfermidades são causadas principalmente pela falta de atividade física e de trabalho braçal, além da obesidade.
Nossa civilização altamente mecanizada confronta o homem, afastado da natureza, com um ambiente profundamente alterado. Dispomos de máquinas que nos dispensam de qualquer trabalho físico, inclusive da própria locomoção. Em compensação, o homem fica exposto á solicitações e hiper-solicitações nervosas que aumentam a cada momento.
A falta de funcionamento e a falta antinatural de atividade física e de exercício atrofiam os orgãos ("atrofia por inatividade"), diminuem seu rendimento e os tornam suscetíveis a doenças.
2.3 - Manobras Defensivas.
Segundo Mutti (1994), entende-se por manobras defensivas a disposição dos jogadores em quadra, procurando defender sua própria meta contra as investidas do adversário, ou seja, é todo esquema de marcação efetuado durante o jogo na tentativa de não permitir que o oponente obtenha sucesso em suas manobras ofensivas, quer seja nas trocas de passes, infiltrações ou chutes a gol.
Consiste em dificultar os deslocamentos do adversário com ou sem bola, e assim, não deixando que os mesmos fiquem livres de marcação para que possam realizar jogadas.           
As manobras defensivas obtêm êxito quando a equipe contrária não oferece, ou não consegue oferecer, devido á perfeita marcação efetuada pelos jogadores, qualquer perigo de gol.
Os sistemas de marcação podem ser: homem a homem ou por zona. No entanto devem se aplicadas conforme a necessidades da partida, isto é, os esquemas de marcação variam de acordo com os sistemas ofensivos do adversário e de acordo com o resultado do jogo, visto que, se a equipe estiver em vantagem no placar é natural que se feche mais em seu setor defensivo, procurando se resguardar durante as investidas do ataque inimigo, enquanto que se for o contrário, a equipe deve efetuar uma marcação mais rígida na saída de bola da equipe adversária, procurando diminuir seus espaços e conseqüentemente roubar-lhe a bola, para que, de posse ela consiga marcar os gols e fugir da situação adversa no placar.
2.4 -  Defesa
Para Voser (2001), há quem afirme que o melhor ataque começa por uma boa defesa. Esta afirmação é positiva, á medida que as principais situações de ataque no jogo derivam de um erro do adversário e de bolas roubadas na marcação, onde são realizados os contra-ataques. As defesas hoje em dia, evoluíram muito em função do melhor condicionamento físico dos atletas e também em função da nova dinâmica estabelecida dentro de um futsal com concepção total, todas devem saber atacar e defender.
Nesta primeira parte, será esboçada uma pequena revisão de literatura voltada para a tática defensiva e posteriormente abordaremos assuntos atuais como defesa alternada e princípios de jogo defensivo.
Conforme Bello (1998), o objetivo primeiro do jogo de defesa é desarmar o oponente, para, em seguida, realizar o ataque. Para efetivação do desarme podem ser utilizados certos tipos de marcação, como por exemplo, marcação zona, individual e mista, as quais serão tratadas em seguida.
2.5. Tipos de Marcação.
Podemos afirmar que a ação de marcar pode ser vista sob três aspectos:
2.5.1. Marcação Individual ou Marcação Homem a Homem.
Mussalém (1978), separa a marcação homem a homem em pressão individual meia quadra e pressão individual quadra inteira.
Diz Ferreira (1994), que a marcação homem a homem tem como objetivo exercer a ação de marcar de forma direta a um determinado oponente.
A marcação individual segundo Zilles (1987), não se preocupa diretamente com a bola, mas cada defensor se preocupa com o seu oponente específico a quem lhe couber marcar.Para o autor o objetivo deste tipo de marcação é determinar para cada jogador quem ele irá marcar da equipe adversária, tirando sua liberdade de movimento, impedindo que ele receba a bola.
Para Vieira (1987), marcar pressão no homem da bola ou pressão total, obrigando o goleiro repor a bola em jogo.
Mutti (1994), define marcação homem a homem, como a própria designação define, o defensor marca individualmente o adversário que lhe é indicado.Este mesmo autor divide este tipo de marcação em sob pressão e meia pressão.
Tolussi (1980), ao discorrer sobre a marcação homem a homem assim expõe: "este é o tipo de marcação empregada pelas equipes de melhor nível, sendo também a mais eficiente das marcações, embora uma das mais difíceis de se realizar e que exige da equipe um bom preparo físico e atenção constante. A marcação por homem, ao contrário da marcação na bola, não se preocupa diretamente com a bola, mas cada defensor se preocupa com o seu oponente que está marcando. Entretanto, os fundamentos da marcação na bola são importantes para uma melhor marcação por homem".
2.5.2. Marcação por Zona.
Referente a marcação zona, Vieira (1987), coloca que não importa o posicionamento do adversário e sim as zonas de cobertura que cada um de seus atletas tem a cobrir.
O mesmo autor coloca que este tipo de marcação trata-se de estilo de defesa em bloco, acompanhando a bola com cada jogador responsável por determinada zona da quadra para destruir as jogadas.
Mussalém (1978), afirma que a marcação por zona foi o primeiro tipo de marcação apresentado, primeiramente utilizado na meia quadra, evoluindo depois para sua totalidade.
Para Ziles (1987), esta marcação a atenção deve ser dirigida para a bola, cada jogador muda de posição, passando a vigiar ou marcar um outro setor defensivo.
A respeito da marcação zona, Apolo (1995), nos revela que no futsal de alto nível não funciona muito, mas, como este trabalho é educacional, vale a pena para que os jogadores de pouca velocidade se encaixam bem para ela.
Mutti (1994), define este tipo de marcação atribuindo a cada jogador da equipe uma zona de defesa, com a missão de ocupa-la e defende-la.
2.5.3. Marcação Mista.

Afirma Mussalem (1978), que a marcação mista é a variação de dois ou mais tipos de marcação utilizados no mesmo jogo por uma mesma equipe. Uma equipe pode iniciar um jogo marcando pressão meia quadra e depois mudar para pressão quadra inteira, de acordo com as condições da partida.
Este tipo de marcação para Ziles (1987), é uma combinação dos tipos vistos anteriormente. Os jogadores ficam posicionados no sistema 1.3 com seus jogadores mais avançados marcando a equipe adversária por zona. Quando um jogador adversário ultrapassar a zona de um de nossos atletas, este deverá marca-lo individualmente (homem a homem).
O ex-técnico da Seleção Brasileira Vieira (1987), diz que a marcação mista é apenas uma leve variação da marcação individual.
2.5.4. Marcação em Linha.
Hoje em dia alguns treinadores utilizam-se de outros critérios, além desta classificação que já vimos anteriormente.
Durante a partida o treinador deverá utilizar uma linguagem que o adversário não compreenda, possibilitando se necessário à utilização de defesa alternada ou linhas de marcação que nada mais é que as alterações sucessivas de defesas no transcurso do jogo, a fim de impedir que o adversário se equilibre e se adapte ofensivamente ao tipo de marcação imposta. 
Essas linhas são imaginárias de acordo com as linhas da quadra poliesportiva; a linha 1 seria a linha do basquete, onde o time iria marcar pressionando o adversário; a linha 2 seria a linha do voleibol, onde o time iria marcar meia pressão o adversário; a linha 3 seria no meio da quadra uma marcação mais de espera; a linha 4 seria na linha do handebol uma marcação bem fechada para aproveitar o contra-ataque.
Santana (1996), diz que é importante propiciar condições para que o jogador construa o conhecimento de:
• Que marcar é preciso para que a outra equipe não tenha êxito;
• Que marcar significa ser solidário com o companheiro da equipe;
• Que deve estar entre o gol e o adversário;
• Flexionar as pernas para obter maior equilíbrio;
• Visualizar a bola sempre que for marcar o adversário;
• Aproximar-se e abordar o adversário em situação de equilíbrio corporal.
A marcação em linhas é uma das formas mais inovadoras dentro do futsal. Segundo Voser (2003), durante a partida o treinador deverá utilizar uma linguagem que o adversário não compreenda ou reconheça, o que possibilita, se necessário à utilização de múltiplos tipos de defesas, a fim de impedir que o adversário se equilibre e se adapte a um só tipo de marcação imposta.
De forma bem resumida, como foi visto acima pelos autores a marcação pode ser vista por quatro maneiras:
Marcação individual: tem como objetivo executar a ação de marcar de forma direta o oponente. Há duas formas de marcação individual: pressão parcial e pressão total.
Marcação por zona ou espaço: ação de marcar um determinado espaço ou setor da quadra de jogo.
Marcação mista: combina as ações de marcação individual e por zona.
Marcação em linha: caracteriza-se pela divisão da quadra em linhas.
2.6 - Preparação Psicológica.
A par da preparação física, temos a importância do preparo psicológico do atleta, sem o qual o trabalho não atinge sua completude.
Para Tubino (1984), "O problema da preparação psicológica é um dos mais complexos do treinamento desportivo, pois não poderá ser considerado como a preparação física, na qual os atletas são adaptados para esforços físicos das competições, nem como a preparação técnico-tática, na qual os atletas são condicionados a determinados procedimentos técnico-táticos que serão empregados durante as performances. Na preparação psicológica, o atleta será preparado para responder positivamente aos estímulos psicológicos nas situações de treinamento e competição".
Hudson (1979) ressalta que em inúmeras ocasiões, um excelente jogador deixa de ser aproveitado pela equipe em razão de sua instabilidade emocional, é o chamado "nervoso". O treinador deve, portanto, seguir um plano de treinamento, no qual são necessárias regras comportamentais, além de fornecer exemplo, através de atitudes e comportamentos corretos, para que os atletas tenham modelos positivos de conduta.
O futsal engloba jogadas mais duras, pelo espaço reduzido da quadra. Para tanto, é necessária a intervenção do treinador para que os atletas possam diferenciar o jogo viril do jogo desleal, mostrando o verdadeiro espírito do esporte, que deve ser leal e cavalheiresco. Tudo isto para que o esporte cumpra seu papel.
Santos (1998) complementa afirmando que o preparador físico, sempre que sentir que o rendimento dos jogadores estiver sendo reduzido devido ao desgaste físico ou mental, exigido pelos jogos, treinamentos e testes, deverá incentivar seus atletas para que possam suportar as pressões e obtenham o máximo de seu rendimento.Este apoio é função da comissão técnica.
No entendimento de Fernandes (1981): "A preparação psicológica depende da motivação e da condição física; também é de grande importância o nível intelectual do atleta a fim de que este possa assimilar todos os aspectos abordados no treinamento ou na competição: a forma de atuar do adversário, os movimentos técnicos da especialidade que pratica, a importância dos exercícios a serem realizados, determinados tipos de jogadas, etc".
Esse tipo de preparação deve ser desenvolvido paralelamente com a preparação física, iniciando ambos ao mesmo tempo, logo no primeiro contato com o atleta.
A preparação psicológica deve ser efetuada pelo psicólogo. Não podemos, porém, esquecer que na prática este trabalho é feito quase que exclusivamente pelo treinador, pois não existe ainda, dentro da maioria de nossos clubes, uma estrutura que comporte uma equipe de trabalho completa.
Deve-se, ainda, ter em mente que procedimentos auxiliares, poderão ser utilizados objetivando a recuperação e obtenção do máximo desempenho do atleta. É o que prega Weineck (2000), defendendo técnicas de relaxamento, preleção, massagens, etc.
Gambordella (1981), no mesmo sentido, afirma que toda sessão de treinamento pode ser extremamente produtiva e compensadora, se os jogadores e o treinador souberem aproveitar os ensinamentos e exemplos disponíveis.
3. CONCLUSÂO
Podemos concluir á partir do exposto, que a marcação é um elemento de suma importância para todo e qualquer desporto coletivo; e que no futsal não é diferente. Agora cabe aos treinadores, enfatizarem e muito a técnica de marcação não apenas no período competitivo mais também nos trabalhos de base, uma vez que é com o desenvolvimento das boas qualidades técnicas individuais e coletivas de marcação que depende o bom desempenho da equipe no que diz respeito ao requisito marcação.
Fica claro, também que não é do dia para a noite que se consegue uma boa performance de marcação; é necessário muito treinamento tanto individual como coletivo das técnicas que envolvem a marcação no desporto futsal; pois, é a partir daí que se constrói uma equipe com capacidades das mais variadas de marcação, seja na marcação individual ou coletiva.
Trata-se, portanto, de uma técnica muito complexa e que necessita de muito treinamento para que se tenha o êxito esperado; uma vez que não depende apenas das qualidades individuais de meus jogadores e sim da coletividade. Cada grupo de trabalho apresenta características diferentes e o importante é conseguir tornar o grupo o mais homogêneo possível, para assim, conseguir manter a equipe com as mesmas características do inicio ao fim da partida, ou seja, conseguir adequar os sistemas escolhidos e suas variações o tempo todo. 

COMO ENSINAR O FUTSAL NA EDUCAÇAO FISICA ESCOLAR!

A educação física é uma disciplina pedagógica permeada de pensadores e professores preocupados com a melhoria do seu tratamento pedagógico no contexto escolar. Os procedimentos pedagógicos são os mais diversificados e todos complementares, pois a escola atende a sociedade, e atender a sociedade é lidar com contextos socioculturais expressivos, além das características físicas e desenvolvimentistas que cada aluno apresenta. A idéia básica é que o professor, ao ensinar futsal na escola, deve ter conhecimentos sobre os procedimentos de ensino e escolher os mais adequados para a realidade de sua escola e de cada turma que trabalha. Neste sentido, citaremos alguns procedimentos de ensino que possam nortear o ensino do futsal na escola.
    Como principal facilitador do ensino do futsal, destacamos a importância do jogo no processo de formação do aluno, como é defendido por Freire e Scaglia (2003), Paes (2002) e Rangel-Betti (2001). O jogo é o procedimento pedagógico mais utilizado na escola porque necessita de poucos materiais, o que já se sabe é escasso nas escolas. Através do jogo, a sociedade se desenvolve, o aluno é motivado a aprender, as habilidades são aperfeiçoadas, desenvolvem a criatividade, a cognição e aprendem a resolver problemas e a tomar decisões. Além de estimular a inclusão e o desenvolvimento das inteligências múltiplas, entre outros (BALBINO, 2002).
    Nos primeiros anos (1ª a 4ª série) é importante trabalhar a ludicidade, como destaca Santana (2003b):
    “Principalmente nos primeiros anos de aprendizado, deve-se veicular o componente lúdico. Os jogos da cultura infantil têm essa característica. Praticando jogos já conhecidos, fica mais fácil para o professor ensinar o que a criança ainda não sabe e deve aprender. O lúdico é a ponte. Essa atitude de aprender com prazer, brincando, sinaliza para outra: gostando de como aprendem esporte, as crianças poderão incorporá-lo definitivamente em suas vidas” (SANTANA, 2003b).
    Ainda nos quatro primeiros anos do ensino fundamental, destacamos a importância de não trabalhar conteúdos específicos de cada esporte coletivo, no caso o futsal, e sim com elementos comuns a todos eles, para que não ocorra a especialização precoce e, ainda, o privilégio da técnica. Com a utilização de jogos também relevaremos a lógica do jogo, assim a técnica será aprendida em decorrência dos jogos, sendo estes propósitos defendidos pelos autores Claude Bayer (1992), Júlio Garganta (1995) e Roberto Paes (2002). Estes autores também preconizam que os esportes coletivos possuem princípios operacionais comuns: sistemas ofensivos e defensivos. Estes princípios, pressupõe-se que devam ser ensinados a partir da 4ª série e os sistemas específicos do futsal, a partir da 5ª série, com utilização de sistemas simples.
    O professor Wilton Santana (comunicação pessoal, 27 de novembro de 2003) destaca quatro tipos de atividades motoras para ensinar o futsal: as tarefas que são vivências do gesto motor sem a preocupação com o aprimoramento técnico; as brincadeiras que são jogos presentes na cultura popular e infantil; os jogos reduzidos, com espaço e número de jogadores reduzidos, preservando-se ou não a unidade do jogo; e os jogos adaptados, quando joga-se a quadra toda, podendo-se alterar ou não o número de jogadores, com regras adaptadas e preservando ou não a unidade do jogo (cooperação, oposição, finalização e diversidade).
    Outro ponto importante a ser destacado é o bom nível de relacionamento entre os alunos e com o professor - sendo essenciais para a aprendizagem dos conteúdos propostos - e a aprendizagem social e reflexiva dos alunos. Uma sugestão é a estrutura das aulas compostas de reuniões com os alunos para planejamento e decisões prévias sobre a aula, realização do jogo ou atividade eleita, paralisação do jogo para discussão, reflexão e propostas para continuidade da aula, testagem da solução e variantes e, avaliação e planejamento da aula seguinte. O professor deve buscar o consenso e aceitação entre os alunos com ampla flexibilidade no desenvolvimento do conteúdo (BRACHT, 1992). Contudo, devemos incentivar os alunos a construírem as atividades ou jogos para a aprendizagem do futsal na escola (FREIRE, 1989).
    Assim, sugeridos alguns meios de trabalharmos com os conteúdos do futsal escolar, possibilitamos ao profissional de educação física escolar utilizá-los segundo suas necessidades e objetivos das aulas.

PEDAGOGIA DO FUTSAL NO CONTEXTO EDUCACIONAL DA ESCOLA

Esporte na escola e esporte da escola... especialização precoce e diversificação... fragmentação de conteúdos e sistematização de conteúdos... Dentre os discursos e propostas idealistas que se contrapõem à realidade praticada na escola, como deveria ser trabalhado o futsal escolar?
    A realidade escolar atual têm no esporte seu conteúdo fundamental e único, delimitando em bimestres as modalidades esportivas coletivas (voleibol, basquetebol, handebol e futsal) e reproduzindo o esporte do clube na escola, ou seja, esporte na escola. Sob a ótica de que o clube atende apenas a um segmento social e, ainda, possui materiais diversos para a prática esportiva (bolas para todos os alunos) e possibilita a homogeneidade dos praticantes (sexo e idade), podemos afirmar que o esporte do clube é igual ao esporte da escola? Pensando especialmente nas escolas públicas, o contexto educacional é adverso ao clube, à contabilizar os materiais (geralmente inexistentes), sem falar no grupo heterogêneo, não só no sexo e idade, mas características sociais. Então, deve existir o esporte da escola e não apenas instituir o esporte na escola! O esporte neste sentido deve ser compreendido como facilitador no processo educacional, concebido como meio de integração e formação do aluno (PAES, 2001). Assim, deve estar vinculada aos objetivos estabelecidos pelo projeto pedagógico da escola que transcendem os objetivos de uma prática esportivizada com fim somente na prática (PAES, 2002).

    A educação física escolar enfrenta entraves que são agravados pelo desinteresse, desinformação, utilização de pedagogias inadequadas, entre outras características do profissional que atua na área. A especialização precoce é um problema grave constantemente presenciado na escola, pois os professores tentam transformar crianças em atletas, inspirados pela glória da vitória nos diversos jogos escolares. Neste caso além de gerar problemas como estresse na competição, saturação esportiva, lesões, formação escolar deficiente, ausência da diversificação de movimentos e reduzida participação em jogos e brincadeiras (SANTANA, 2003a), cultiva ainda a exclusão dos menos aptos. O esporte é trabalhado de forma desorganizada, sem a continuidade e a evolução necessária ao aprendizado, sendo que há o hábito de repetir os conteúdos nas diferentes fases do ensino, por exemplo o futsal trabalhado na 4ª série é o mesmo da 6ª série, que por sua vez é o mesmo do 2º colegial (PAES, 2002).

    Será o fim da educação física escolar e do esporte escolar? O que fazer? O aspecto relevante para a construção de uma proposta pedagógica que norteie o esporte da escola (e todo o conteúdo da educação física) é a sistematização dos conteúdos, relevando os diferentes níveis de ensino e a diversificação dos conteúdos. No caso do futsal (não diferente dos outros conteúdos), deve-se obedecer a uma sequência de aprendizagem, respeitando as características dos alunos em cada faixa etária, e trabalhando o esporte de forma organizada e sistematizada (PAES, 2001). A diversificação de movimentos, das práticas e manifestações (neste caso, dentro do futsal), ampliam o universo de possibilidades dos alunos, já que a educação física escolar dispõe de uma diversidade de formas de abordagem para a aprendizagem, entre elas as situações de jogo coletivo, os exercícios de preparação corporal, de aperfeiçoamento, de improvisação, a imitação de modelos, a apreciação e discussão, os circuitos, as atividades recreativas, enfim, todas devem ser utilizadas como recurso para a aprendizagem (BRASIL, 1998).

    Mas todo este discurso não terá lógica alguma se não for sustentado por algumas palavras chaves, que são princípios indispensáveis para o desenvolvimento integral dos alunos: autonomia, inclusão, cooperação, convivência, participação e as inteligências múltiplas. Assim, este texto tem o objetivo principal de sugerir uma sistematização dos conteúdos do futsal no âmbito da educação física escolar (ensino fundamental – 1ª a 8ª séries).

LIGA FUTSAL 2011

Em jogo válido pelo grupo D da 2ª fase da Liga Futsal 2011, a Krona/Joinville/DalPonte receberá nesta sexta-feira (5/8), as 20 horas, o Diplomata/Muffatão/Cvel. Catarinenses e paranaenses irão se enfrentar no ginásio da Univille, em Joinville, interior de Santa Catarina.

Depois de perder para o rival Florianópolis, a Krona quer deixar o passado de lado e pensar somente na equipe cascavelense. Diferente do time paranaense, que estreou com vitória na 2ª fase, o tricolor catarinense busca sua reabilitação no nacional.

Precisando da vitória a todo custo, a agremiação joinvilense espera contar com o apoio de sua fanática torcida nesta sexta-feira. Junai, capitão da Krona, é apenas mais um dos atletas que faz questão de convocar o torcedor local.

“Começou um novo campeonato. Perdemos o primeiro desafio, em Florianópolis, mas temos plena condição de voltar a vencer já nesta sexta-feira. A torcida joinvilense é um diferencial e contamos com esta força nesta fase tão importante da Liga”, disse o jogador Junai.

No Diplomata, a fase é boa. Dono da quinta melhor campanha da fase classificatória, o elenco comandado pelo técnico Nei Victor provou logo no primeiro desafio desta etapa que tem tudo para chegar as quartas-de-finais da décima sexta edição da Liga Futsal, uma das mais equilibradas dos últimos tempos.

Um dos pontos fortes do representante paranaense é o trabalho em grupo. Sem contar com nenhuma grande estrela em seu plantel, o Cascavel aposta todas suas fichas na união do time. Outro destaque da equipe é o setor ofensivo, que conta com o trio Adeirton, Hugo e Edu – juntos eles fizeram 36 gols até o momento.